O
ex-presidente abusou da boa vontade dos procuradores da Lava Jato e dos
brasileiros quando afirmou que nunca teve uma relação próxima com o pecuarista José
Carlos Bumlai.
No depoimento
bombástico que prestou aos policiais federais na segunda-feira 14, as palavras do
amigo do ex-presidente Lula foram bem além
do que se espera de uma delação premiada. Em pouco mais de seis horas de
depoimento, Bumlai reconheceu tudo o que havia negado no depoimento anterior.
As confissões desmascararam Lula e o PT de uma forma mais que comprometedora. O
pecuarista não hesitou ao admitir que contraiu um empréstimo irregular em de R$
12 milhões junto ao Banco Schahin e repassou ao PT, por meio de laranjas.
Bumlai
confirmou que o dinheiro era destinado a abastecer a campanha do ex-presidente
Lula, candidato a reeleição em 2006. O amigo de Lula confirmou que o Banco
Schahim foi contemplado com um contrato superfaturado de R$ 1,6 bilhão com a
Petrobras. O modus operandi, acrescentou o pecuarista, teria se repetido em
outras transações envolvendo outros laranjas, sempre tendo como beneficiário
final as arcas do PT. “A estrutura da Petrobras era do PT”, disse o empresário
aos agentes da PF.
Enquanto
Lula e Dilma fazem cara de paisagem, o depoimento de Bumlai compromete o ex-presidente
de forma bastante óbvia. Como alguém que nunca foi empreiteiro poderia exercer
influência nos negócios da Petrobras? O fato é que Bumlai era credenciado por
Lula, atuava em favor do ex-presidente como uma espécie de laranja dele e do
PT.
Ao ser
indagado pelos policiais federais sobre a motivação do empréstimo, o pecuarista
disse: “Não iria custar nada a mim. Quis fazer um favor. Uma gentileza a quem
estava no poder”. E quem estava no poder na ocasião? Lula, o presidente que
forneceu a Bumlai um crachá para que ele pudesse ter acesso livre ao seu
gabinete. Em recente entrevista, o presidente da Associação dos Criadores do
Mato Grosso do Sul, Jonathan Pereira Barbosa, dileto amigo de Bumlai, contou
que Lula costumava ligar para o pecuarista atrás de favores. “Eu estava com
Bumlai, tocava o telefone e quem era? O ex-presidente. Pedindo que fizesse
favor, isso e aquilo. Zé Carlos, muito gentil, concordava”. Ainda segundo
Jonathan Pereira, Bumlai era constantemente chamado para “resolver uns
problemas” para Lula em São Paulo e em Brasília.
Apesar de
todos estes fatos, Lula negou aos policiais que tinha amizade com o pecuarista
laranja, que teve hoje um novo pedido de revogação de prisão preventiva negado
pelo juiz federal Sérgio Moro. No mesmo depoimento, Lula também negou sua amizade com o ex-tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, com o empreiteiro Ricardo Pessoa, com Renato Duque, com Nestor Cerveró, Com Paulo Roberto Costa...
@muylaerte
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