A Ex-candidata à Presidência da República pelo
PSol, Luciana Genro, que apoiou Dilma no segundo turno das últimas eleições,
parece ter constatado que ficar ao lado do governo pode significar a morte
política.
Luciana constata em texto publicado no site doPSol, que o “Brasil vive um momento de extrema gravidade. Uma profunda
crise econômica, aliada a uma grave crise política trazem sofrimentos
gigantescos para o nosso povo“
. Explicitei, na campanha eleitoral
presidencial, as profundas divergências existentes entre mim e a Presidenta
Dilma Rousseff, bem como entre os nossos partidos.
Luciana reconhece que o caminho escolhido pelo
PT há vários anos vai agora mudar. “É
fato que, mesmo Dilma tendo sido recentemente reeleita, já padece de absoluta
falta de apoio popular. Com toda razão o povo está indignado com a corrupção
desenfreada que a Operação Lava Jato vem revelando e que envolve altos escalões
de vários partidos. Está claro que a roubalheira não é fruto apenas do mau
comportamento de alguns, mas um método de governo, e não só deste governo, que
une partidos e grandes empresas no saque aos cofres públicos“.
No texto, Luciana reconhece a revolta da
população com as consequências da corrupção do PT e a incompetência de Dilma à
frente do governo: “Não menos justa é a indignação popular com o desemprego que
vem crescendo, com a carestia e com a deterioração cada vez maior dos serviços
públicos, pelos quais os trabalhadores pagam uma alta carga tributária, muito
mais do que os rentistas e milionários, protegidos por isenções e pela
leniência com a sonegação“.
Demonstrando estar confusa com suas escolhas,
Luciana propõe uma alternativa nada convencional para a situação política do
país. Embora não queira apoiar abertamente o impeachment, a Ex-candidata do PSol
sugere que Dilma abdique do poder e convoque novas eleições gerais em 2016.
“Por isso, assim como não podemos aceitar um
impeachment golpista, também não podemos nos alinhar na defesa de um governo
que foi eleito com um discurso oposto ao programa que implementa.
A proposta que apresento neste momento crucial
para os rumos do país é que a derrota do impeachment seja acompanhada pelo
governo Dilma assumindo a responsabilidade de propor que as eleições municipais
de 2016 se transformem em eleições gerais para renovar todos os parlamentos e o
Poder Executivo. Eleições sem financiamento privado, conforme decidido pelo
STF, e com direitos iguais para todos os candidatos.
Através de novas eleições o povo poderá
expressar o seu descontentamento de forma direta, sem a intermediação de
políticos e partidos golpistas, que se aproveitam da indignação popular para
impor os seus interesses. Esta mudança no calendário eleitoral é absolutamente
necessária diante da gravidade da situação, e nestes momentos de grave crise,
mais do que nunca, é o povo quem deve ter a palavra final, e não as castas
políticas em seus conluios escusos.
Acredito que só assim, com um chamado ao povo
para que tome as decisões sobre o futuro do país nas suas próprias mãos,
poderemos impedir que o país siga à deriva – e com os prejuízos sendo arcados
pelos trabalhadores mais pobres e pela classe média – ou ainda que este governo
seja substituído por outro ainda mais frágil e rendido aos interesses do grande
capital e ainda mais afastado dos interesses do povo“.
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