Intervenção dos tribunais no processo de impeachment pode significar um golpe na Democracia
O Brasil é um país essencialmente corrupto. Não é nenhuma surpresa que se
enfrente um segundo processo de impeachment após 30 anos desde a redemocratização.
Hipocrisia seria tentar conter as consequências naturais da corrupção do meio
político em nome do fortalecimento da democracia.
Por mais absurdo que possa parecer, admitir que a corrupção é uma
realidade que afeta praticamente todos os partidos e seus representantes pode
ser uma atitude saudável para o amadurecimento da democracia no país. Esta é
uma postura que encoraja o avanço dos processos que visam inibir e combate os
vícios políticos no país.
Os políticos se apegam ao fato de terem sido eleitos democraticamente,
através do voto popular, como um direito inexpugnável que lhe confere a
prerrogativa para roubar, corromper e fraudar a democracia.
Também é um fato que a maioria dos políticos recorre a artifícios
inescrupulosos para conseguir um mandato. É um verdadeiro vale tudo para se
eleger. Compram votos, recebem recursos de empresas, de organizações criminosas
e de grupos de interesses com os quais se comprometem a defender os interesses. Isso só ocorre por que boa parte da população do país também é corrupta e aceita pequenas vantagens em troca do voto.
Mas este não é o maior problema dos brasileiros. Governos corruptos
conseguem exercer influência sobre os tribunais. Desta forma, conseguem perpetuar
a corrupção e garantir a impunidade.
Embora o Congresso seja permeado por parlamentares corruptos, comprometidos
com grupos de interesses, incluindo o próprio governo, retirar do parlamento a
prerrogativa de julgar seus pares pode significar um verdadeiro golpe na
democracia. Apesar da baixa credibilidade, os políticos podem ser justamente os
mais sensíveis aos apelos e anseios do povo. Mesmo que apenas para preservar a
própria imagem.
A despetização do STF
O equilíbrio entre os poderes representa um requisito fundamental para a estabilidade democrática e deve ser preservado. Cabe ao Congresso, por mais podre que possa ser, conduzir o processo do
impeachment. Qualquer interferência contrária pode se traduzir em formas de
burlar a vontade popular e significar a manutenção dos regimes corruptos que
impedem o país de avançar.
@muylaerte
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